- A Ciénaga de Santa Marta enfrenta uma crise de saúde e econômica devido à invasão da planta hydrilla verticillata, que já ocupa 700 hectares.
- Mais de 4.000 moradores da comunidade de Nova Venecia dependem da pesca e do turismo, ambos afetados pela planta.
- A Corporação Autônoma Regional do Magdalena (Corpamag) iniciou um projeto para avaliar a situação e testar métodos de remoção, mas as soluções são lentas.
- A saúde da população está em risco, com aumento de doenças como dengue e infecções de pele, agravadas pela falta de infraestrutura.
- Moradores, que já enfrentam abandono estatal, tentam controlar a planta com machetes, temendo que a situação leve ao abandono de suas casas.
Ciénaga de Santa Marta enfrenta crise devido à invasão da hydrilla verticillata
Mais de 4.000 moradores da Ciénaga de Santa Marta estão enfrentando uma grave crise de saúde e econômica devido à invasão da planta hydrilla verticillata. Essa espécie, que se proliferou rapidamente, está dificultando a pesca e aumentando o número de doenças na comunidade de Nova Venecia, que depende da pesca e do turismo para sua sobrevivência.
A planta, que antes ocupava áreas periféricas, agora se espalhou por 700 hectares, obstruindo rotas de acesso e comprometendo a atividade pesqueira. Os pescadores relatam que suas redes estão sendo preenchidas por restos da planta, reduzindo drasticamente a captura de peixes como sabalete e róbalo. César Rodríguez Ayala, presidente da Junta de Ação Comunal, afirma que a situação é alarmante e que a comunidade se sente abandonada pelo governo.
A Corpamag, autoridade ambiental do Magdalena, iniciou um projeto piloto para avaliar a expansão da hydrilla e testar métodos de remoção. No entanto, as soluções propostas são lentas e a comunidade clama por ações imediatas. Hicela Mosquera, da Corpamag, reconhece a dificuldade em lidar com a planta, que não está catalogada entre as espécies invasoras conhecidas, tornando a operação um verdadeiro “ensaio de prova e erro”.
Além dos impactos econômicos, a saúde da população também está em risco. Zuleima de la Hoz, enfermeira local, relata um aumento de casos de doenças como dengue e infecções de pele, exacerbadas pelo estancamento das águas. A falta de infraestrutura e serviços básicos, como saneamento e acesso a cuidados médicos, agrava ainda mais a situação.
A história de Nova Venecia é marcada por desafios, incluindo uma violenta masacre em 2000, que deixou marcas profundas na comunidade. Agora, a invasão da hydrilla representa uma nova ameaça, com moradores temendo que a planta possa forçá-los a abandonar suas casas. Carlos Ibáñez, proprietário de uma empresa de turismo local, já observa uma queda no número de visitantes, que temem pela saúde e segurança.
Os moradores, que já enfrentam a falta de apoio governamental, continuam a lutar para preservar suas vidas e suas tradições, utilizando machetes para tentar controlar a planta invasora. A esperança é que ações efetivas sejam tomadas antes que a situação se torne irreversível.