- Bahía Blanca, na Argentina, enfrenta desafios significativos seis meses após uma inundação em março, que causou 16 mortes e milhares de evacuações.
- O evento resultou em 300 milímetros de chuva em 12 horas, evidenciando a vulnerabilidade da cidade a desastres climáticos.
- Surgiram projetos de adaptação ao clima, mas a falta de investimento e planejamento adequado continua a ser um obstáculo.
- O presidente Javier Milei destinou 10 bilhões de pesos para a reconstrução, enquanto autoridades locais estimam que o custo real seja de 400 bilhões de pesos.
- A comunidade busca melhorar os sistemas de alerta e evacuação, além de enfrentar problemas de saúde, como o aumento de doenças respiratórias.
Bahía Blanca, na Argentina, enfrenta desafios significativos seis meses após uma inundação devastadora que resultou em 16 mortes e milhares de evacuações. O evento, ocorrido em março, expôs a vulnerabilidade da cidade a desastres climáticos, com 300 milímetros de chuva caindo em apenas 12 horas, causando destruição generalizada.
Desde então, surgiram projetos de adaptação ao clima, mas a falta de investimento e planejamento adequado continua a ser um obstáculo. Especialistas, como a geógrafa Paula Zapperi, alertam que a cidade não estava preparada para tais eventos, destacando a necessidade de infraestrutura adequada para o escoamento das águas. Em 2019, um relatório já havia advertido que chuvas intensas poderiam ser catastróficas, mas as recomendações foram ignoradas.
O engenheiro civil Claudio Velazco propõe um plano abrangente para adaptar a cidade às novas realidades climáticas, incluindo a construção de um novo canal e melhorias na rede de drenagem. No entanto, a implementação dessas medidas enfrenta dificuldades, especialmente com a atual paralisação de obras públicas no país. O presidente Javier Milei destinou 10 bilhões de pesos para a reconstrução, mas autoridades locais estimam que o custo real seja de 400 bilhões de pesos.
A comunidade, enquanto tenta se recuperar, também busca melhorar os sistemas de alerta e evacuação. O bombeiro voluntário Ramiro Ascencio, que ajudou durante a catástrofe, observa que a experiência gerou uma maior conscientização entre os moradores sobre a importância de estar preparado para futuros desastres. A cidade ainda enfrenta problemas de saúde, como um aumento em casos de doenças respiratórias devido à umidade nas casas.
Com a frequência de eventos climáticos extremos aumentando, a necessidade de um planejamento urbano sustentável e de infraestrutura resiliente se torna cada vez mais urgente. Especialistas enfatizam que é essencial ir além das soluções tradicionais e incorporar práticas que considerem a natureza, como parques inundáveis e sistemas de drenagem sustentáveis.