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Crise climática transforma cultivo da erva-mate no Cone Sul e traz desafios

A produção de erva-mate na Argentina enfrenta degradação do solo, enquanto o Uruguai busca revitalizar o cultivo com iniciativas sustentáveis

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Foto: Reprodução
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  • A produção de erva-mate (Ilex paraguariensis) enfrenta desafios climáticos, com a Argentina liderando a produção em 2023, totalizando 982 mil toneladas.
  • O Brasil ficou em segundo lugar com 736 mil toneladas, seguido pelo Paraguai com 160 mil toneladas.
  • O Uruguai, que já foi um grande produtor, busca recuperar o cultivo após décadas de desmatamento.
  • Iniciativas como o projeto Ambá estão ajudando a restaurar ecossistemas e reintroduzir a erva-mate no Uruguai, com mil árvores já identificadas em áreas de floresta nativa.
  • Na Argentina, a degradação do solo afeta a produção, com quase 80% dos solos degradados, segundo a vice-diretora do Instituto Nacional da Erva-Mate, Verónica Scalerandi.

A produção de erva-mate (Ilex paraguariensis) enfrenta desafios climáticos, com a Argentina liderando a produção em 2023. O país alcançou 982 mil toneladas, seguido pelo Brasil com 736 mil toneladas e Paraguai com 160 mil toneladas. O Uruguai, que já foi um grande produtor, busca recuperar o cultivo após décadas de desmatamento que quase extinguiram a planta.

A erva-mate é uma bebida tradicional na América do Sul, com variações na preparação. Enquanto argentinos e paraguaios preferem uma moagem mais grossa, os uruguaios optam por uma infusão mais fina. A popularidade do mate, que gera uma indústria de US$ 2 bilhões por ano, se reflete até em eventos como a Copa do Mundo de 2022, onde a seleção argentina levou a bebida.

Pesquisas recentes indicam que as emissões de gases do efeito estufa podem deslocar as áreas cultiváveis de erva-mate nas próximas décadas. Um estudo brasileiro prevê uma redução das áreas adequadas no Paraguai e no Brasil, enquanto o Uruguai pode se tornar um centro estratégico para o cultivo, caso invista em tecnologias adaptativas.

Iniciativas no Uruguai

No Uruguai, iniciativas como o projeto Ambá estão ajudando a restaurar ecossistemas e reintroduzir a erva-mate. A coordenadora de restauração ecológica, Talía Zamboni, destacou que a dispersão de sementes por pássaros tem contribuído para o crescimento espontâneo da planta. O projeto já identificou mil árvores de erva-mate em áreas de floresta nativa.

Além disso, pequenos produtores estão se unindo para revitalizar o cultivo, que foi severamente afetado pela silvicultura e pela pecuária. O agrônomo Raúl Nin, um dos pioneiros na reintrodução da erva-mate no Uruguai, enfatiza a importância de práticas sustentáveis para garantir a sobrevivência da planta.

Desafios na Argentina

Na Argentina, a degradação do solo tem sido um grande obstáculo. Verónica Scalerandi, vice-diretora do Instituto Nacional da Erva-Mate (INYM), alertou que quase 80% dos solos estão degradados, resultando em baixas médias de produção. Ela defende a necessidade de regenerar sistemas de produção que respeitem os ambientes naturais.

A erva-mate, nativa da floresta do Paraná, se adapta bem à sombra e pode ser cultivada em conjunto com outras plantas. A sustentabilidade do setor depende da proteção do solo e da criação de sistemas resilientes ao clima, garantindo a produção a longo prazo.

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