- Raimundão, líder seringueiro e primo de Chico Mendes, critica a burocracia que atrasa recursos para comunidades extrativistas na Amazônia.
- Ele destaca a importância da Conferência das Partes (COP30), marcada para dezembro, para fortalecer a luta socioambiental na região.
- O líder ressalta que muitos recursos se perdem em processos burocráticos e pede que cheguem diretamente às comunidades.
- Raimundão também menciona os conflitos de terra e a presença de fazendeiros que invadem áreas de seringa, complicando a segurança local.
- Ele apela à conscientização da nova geração sobre a preservação da floresta e pede apoio para projetos de recuperação ambiental e industrialização de produtos da floresta.
Os extrativistas da Amazônia, liderados por Raimundão, primo de Chico Mendes, enfrentam desafios significativos na luta pela preservação da floresta e pelos direitos sociais. Em entrevista, ele criticou a burocracia que atrasa a chegada de recursos essenciais às comunidades extrativistas e destacou a importância da COP30 para fortalecer a luta socioambiental na região.
Raimundão, que aos 79 anos continua ativo na reserva extrativista, enfatizou que muitos recursos destinados às comunidades ficam perdidos em processos burocráticos. “Esses recursos precisam chegar aqui onde estamos, sem se perder na viagem”, afirmou. Ele ressaltou que a luta dos extrativistas, iniciada por Chico Mendes, é crucial para a visibilidade das questões socioambientais.
A COP30, marcada para dezembro, é vista como uma oportunidade para reviver a luta dos caboclos e caboclas da Amazônia. Raimundão espera que o evento traga benefícios concretos para melhorar as condições de vida na região. Ele mencionou que, apesar de a borracha ter perdido espaço na economia local, o extrativismo de produtos como castanha e pupunha tem se mostrado promissor.
Desafios e Conflitos
O líder seringueiro também abordou os conflitos de terra que persistem na região, afirmando que muitos estão invadindo áreas de seringa e vendendo terras de forma ilegal. “Ainda enfrentamos conflitos dentro da reserva, e a situação de segurança é delicada”, disse. Ele destacou que a presença de fazendeiros e a falta de apoio governamental agravam a situação.
Raimundão enfatizou a necessidade de conscientização da nova geração sobre a importância da preservação da floresta. “Preservar as florestas é preservar a vida”, afirmou. Ele também mencionou a importância de diversificar a produção, integrando atividades como a agricultura e a criação de pequenos animais.
Esperanças para o Futuro
Apesar das dificuldades, Raimundão acredita que a conscientização e a educação são fundamentais para manter o modo de vida extrativista. Ele pediu apoio para a implementação de projetos que ajudem a recuperar áreas degradadas e a promover a industrialização dos produtos da floresta.
Por fim, ele fez um apelo à direita política para que se sensibilize com a causa dos extrativistas e contribua para a preservação da Amazônia. “Espero que eles possam mudar um pouco seus comportamentos”, concluiu. A luta dos extrativistas continua, com a esperança de que a COP30 traga novas oportunidades e visibilidade para suas demandas.