- O Elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou, resultando na morte de pelo menos 15 pessoas.
- O acidente ocorreu em um contexto de preocupações sobre a segurança do elevador, especialmente após a terceirização da manutenção.
- A inspeção do cabo, realizada na manhã do acidente, indicava boas condições, mas investigações preliminares sugerem falhas na fixação do cabo.
- A equipe de manutenção foi reduzida de 24 para seis trabalhadores, levantando dúvidas sobre a eficácia das vistorias.
- O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes deve divulgar um relatório preliminar em até 45 dias, mas enfrenta dificuldades devido à falta de recursos.
O Elevador da Glória, em Lisboa, sofreu um grave acidente que resultou no descarrilamento do veículo e na morte de pelo menos 15 pessoas. O incidente ocorreu em um momento de crescente preocupação sobre a segurança do elevador, especialmente após a terceirização da manutenção, que reduziu o número de trabalhadores e aumentou a carga de passageiros.
A inspeção diária do cabo do elevador, realizada na manhã do acidente, indicava que o equipamento estava em boas condições, com 263 dias restantes até a próxima troca. No entanto, investigações preliminares sugerem que o cabo pode não ter se partido, mas sim se desprendido de um dos veículos, possivelmente devido a falhas na fixação. O presidente da Carris, Pedro de Brito Bogas, afirmou que confia nas inspeções da empresa terceirizada, Main, que cuida da manutenção desde 2019.
Questões de Manutenção
Historicamente, a manutenção do Elevador da Glória era realizada por uma equipe de 24 funcionários da Carris, que trabalhavam em turnos de 24 horas. Atualmente, esse número foi reduzido para apenas seis trabalhadores, o que levanta questões sobre a eficácia das vistorias. Funcionários relataram que o elevador apresentava sinais de sobrecarga, como balanços excessivos e ruídos estranhos durante a operação.
Além disso, o caderno de encargos da Carris estabelece que os bondinhos devem ter condições adequadas de funcionamento sem a presença permanente de pessoal, o que pode comprometer a segurança. O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes deve divulgar um relatório preliminar em até 45 dias, mas a investigação é dificultada pela falta de recursos, com apenas um funcionário responsável por acidentes ferroviários em todo o país.
Impacto e Reações
O acidente reacendeu o debate sobre a terceirização de serviços públicos e a perda de conhecimento técnico nas empresas. Especialistas alertam que a dinâmica das cargas, especialmente com o aumento do número de turistas, exige uma manutenção mais rigorosa. A situação atual do Elevador da Glória, que opera desde 1885, demanda uma revisão urgente das práticas de manutenção para garantir a segurança dos passageiros.