Uma equipe internacional de astrônomos observou, pela primeira vez, a formação de jatos de buracos negros em tempo real, a cerca de 270 milhões de anos-luz da Terra. A descoberta foi publicada no periódico Astrophysical Journal Letters em 13 de janeiro de 2024. O objeto em questão, 1ES 1927+654, localizado na constelação de Draco, foi […]
Uma equipe internacional de astrônomos observou, pela primeira vez, a formação de jatos de buracos negros em tempo real, a cerca de 270 milhões de anos-luz da Terra. A descoberta foi publicada no periódico Astrophysical Journal Letters em 13 de janeiro de 2024. O objeto em questão, 1ES 1927+654, localizado na constelação de Draco, foi inicialmente classificado como um núcleo galáctico ativo (AGN), mas sua atividade aumentou exponencialmente desde 2018, quando se tornou 100 vezes mais brilhante em luz visível.
Após um período de intensa atividade, o buraco negro acalmou-se em 2020, mas voltou a apresentar um novo pico em 2023, emitindo ondas de rádio com 60 vezes a intensidade anterior. As imagens foram capturadas usando a técnica de Very Long Baseline Interferometry (VLBI), revelando jatos de plasma se formando e se expandindo. A equipe de pesquisa, liderada por Eileen Meyer, destacou a importância de observar esses jatos em tempo real, afirmando que isso pode ajudar a entender a interação entre buracos negros e suas galáxias hospedeiras.
Os jatos observados são menores em comparação com estruturas massivas de outros AGNs, mas são considerados comuns no universo. A equipe acredita que o fenômeno pode estar relacionado a um evento de ruptura de maré, onde um objeto grande se aproxima do buraco negro, iluminando-o temporariamente. A pesquisa também sugere que os jatos podem representar uma nova classe de objetos, os objetos simétricos compactos (CSOs), que têm uma vida útil mais curta e podem ser alimentados por eventos isolados.
Os cientistas ainda buscam entender por que apenas alguns buracos negros em acreção produzem jatos e como isso ocorre. Com uma quantidade significativa de dados coletados, a equipe planeja colaborar com teóricos para refinar modelos existentes sobre a formação de jatos. Meyer conclui que a pesquisa continuará a ser emocionante, à medida que novas observações e análises forem realizadas.