- O cantor e compositor Morrissey cancelou sua apresentação em São Paulo, marcada para 12 de novembro, e outros shows na América Latina.
- O cancelamento foi anunciado pela produtora Move Concerts, que informou que o motivo foi o esgotamento mental do artista.
- Morrissey já havia cancelado shows anteriormente, incluindo três vezes no Brasil, devido a problemas de saúde e exaustão.
- Em setembro, ele também suspendeu apresentações nos Estados Unidos, alegando ameaças de morte.
- O cantor é conhecido por suas polêmicas, incluindo declarações racistas e xenofóbicas, além de ter enfrentado problemas com o lançamento de seu álbum *Bonfire of Teenagers*.
Nesta quarta-feira, 12 de novembro, o cantor e compositor Morrissey, conhecido por seu trabalho com o The Smiths, se apresentaria em São Paulo. Mas, impressionando um total de 0 pessoas, ele cancelou suas apresentações na América Latina.
A apresentação no Brasil, que aconteceria no Espaço Unimed, em São Paulo, foi cancelada, assim como os shows no México, Argentina, Colômbia e Peru. Todos estavam sob responsabilidade da produtora Move Concerts, que informou que o motivo do cancelamento foi o esgotamento mental do cantor.
“Informamos ao público que, por motivos de extremo esgotamento do artista, a turnê do Morrissey pela América Latina não acontecerá, incluindo o show programado para 12 de novembro no Espaço Unimed, em São Paulo. A situação é alheia à produção local da Move Concerts Brasil”, segundo a nota enviada pela produtora.
Morrissey e sua cultura de cancelamento de Shows
Este show marcaria a volta do cantor ao Brasil após 7 anos, quando se apresentou em 2018 em São Paulo e no Rio de Janeiro. Apenas por aqui, o cantor já cancelou shows outras três vezes.
A primeira vez foi em 2013, por conta de um câncer no esôfago. A segunda ocorreu em 2023, após contrair dengue e remarcar as apresentações para 2024. O terceiro cancelamento aconteceu justamente nessas novas datas, de 2024, quando o cantor disse estar com “exaustão física”.
Mas neste ano, a América Latina e o México não foram os únicos locais com shows cancelados pelo ex-The Smiths. Em setembro, Morrissey suspendeu duas apresentações nos Estados Unidos, em Connecticut e Massachusetts, alegando ter recebido ameaças de morte e afirmando que o perigo era real e concreto. Em junho, ele também cancelou um show em Estocolmo, dizendo ter recebido “zero suporte da indústria musical”.
Desde 2010, estima-se que Morrissey tenha cancelado mais de 300 shows ao redor do mundo. Por isso, a notícia não causa grande surpresa entre os fãs mais próximos, embora possa ter sido um choque para quem apenas acompanha apenas sua música e esperava vê-lo ao vivo.
As polêmicas em volta do artista
Mas não são apenas os cancelamentos de shows que mantêm Morrissey sempre nas notícias. Ao longo dos anos, o cantor acumulou diversas polêmicas por declarações racistas e xenofóbicas e por comportamentos considerados instáveis, que também repercutiram em torno de sua obra.
Uma das mais conhecidas ocorreu em uma entrevista ao *The Guardian*, quando Morrissey fez comentários racistas sobre a população chinesa. Durante uma discussão sobre veganismo, ele criticou o tratamento dado aos animais no país insultando o povo chinês no processo.
“Vocês viram a notícia sobre a forma com que eles tratam os animais? É absolutamente horrenda. Você não pode evitar o sentimento de que os chineses são uma subespécie.” afirmou o músico
Outras declarações de Morrissey também envolvem comentários xenofóbicos contra imigrantes. Desde 2007, ele afirma que a identidade britânica teria se perdido por causa da política de portas abertas do país. Em 2018, o cantor declarou apoio ao partido ultranacionalista “For Britain” e, no ano seguinte, apareceu com um broche do grupo no programa de Jimmy Fallon.
Recentemente, Morrissey produziu um álbum que nunca chegou a ser lançado, intitulado *Bonfire of Teenagers*, descrito por ele como “o melhor álbum de sua vida”.
O não lançamento ocorreu principalmente por causa da faixa-título do álbum, que aborda o atentado terrorista no show de Ariana Grande em Manchester, em 2017. A música levou a gravadora Capitol Records a arquivar o projeto, fazendo com que Morrissey encerrasse sua relação com a empresa.
Depois, o cantor acusou a gravadora de fascismo em seu site oficial, afirmando que estava sendo censurado e que não se deveria perder tempo com a “incapacidade mental” de quem pudesse se ofender com suas músicas.