- Oficina nacional em Brasília reuniu Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde, junto com a Anvisa, para adaptar a lista de patógenos prioritários da OMS ao contexto brasileiro e definir critérios nacionais.
- O objetivo é orientar políticas de vigilância, prevenção e controle da resistência antimicrobiana no Brasil e construir uma metodologia que possa servir de referência internacional.
- A secretária Mariângela Simão enfatizou a importância da iniciativa e o formato “Uma Só Saúde” para integrar ações entre saúde humana, animal e ambiente.
- A RAM apresenta impactos diretos: no Brasil são 33,2 mil mortes anuais atribuídas e projeções globais indicam até US$ 3,4 trilhões de perda de PIB até 2030 se não houver mudança.
- A participação da Anvisa contempla regulação e dados de infecções relacionadas à assistência à saúde, fortalecendo políticas públicas no país.
O Ministério da Saúde, em parceria com a OMS/OPAS e a Anvisa, realizou, nesta segunda-feira em Brasília, uma oficina nacional para adaptar a lista de patógenos bacterianos prioritários da OMS ao contexto brasileiro. A ação define critérios nacionais e metodologia de seleção, visando orientar vigilância, prevenção e controle da resistência antimicrobiana (RAM) no país.
Participaram especialistas, pesquisadores e equipes técnicas das Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, com apoio da Anvisa, para mapear a epidemiologia brasileira, capacidades laboratoriais e estratégias já adotadas. O objetivo é que os critérios resultantes sirvam de referência para políticas públicas e possam inspirar outros países.
Mariângela Simão, secretária do Ministério, destacou o papel da iniciativa na resposta à RAM, afirmando que adaptar a lista às necessidades do Brasil facilita ações baseadas em evidências. A presença da Anvisa amplia a integração regulatória e de vigilância no processo.
A RAM representa a capacidade de microrganismos sobreviverem a antibióticos, antifúngicos e antivirais. O tema é ampliado pela abordagem “Uma Só Saúde”, que envolve saúde humana, animal e ambiental, para reduzir a disseminação de patógenos.
Globalmente, a RAM já provoca milhões de mortes e gera impactos econômicos expressivos. Estima-se que possa chegar a 39 milhões de óbitos até 2050 sem medidas. No Brasil, 33,2 mil mortes anuais são atribuídas diretamente à resistência.
O encontro, que consolida ações regulatórias e de vigilância, prepara a construção de uma metodologia de seleção de patógenos para o Brasil. A iniciativa pode sinalizar caminhos para políticas públicas mais assertivas e ampliar a cooperação internacional na área.