- A economia brasileira teve desempenho acima do esperado, com consumo aquecido e recuperação do crédito.
- O governo federal aumentou os gastos públicos em R$ 500 bilhões desde 2022, elevando a dívida bruta a 80% do PIB.
- Projeções indicam que a dívida pode chegar a 90% do PIB até 2030, levantando preocupações sobre a sustentabilidade fiscal.
- O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, alertaram para a necessidade de contenção de gastos a partir de 2027.
- A eleição presidencial de 2026 será decisiva para as políticas fiscais do Brasil, podendo determinar a continuidade da expansão de gastos ou a adoção de medidas de austeridade.
A economia brasileira tem demonstrado um desempenho superior ao esperado nos últimos anos, com consumo aquecido e recuperação do crédito. Contudo, essa dinâmica é sustentada pela expansão fiscal dos gastos públicos, que aumentaram em R$ 500 bilhões desde 2022. Essa situação levanta preocupações sobre a sustentabilidade fiscal do país.
Atualmente, a dívida bruta do governo federal está em 80% do PIB, com previsões de que chegue a 90% até 2030 se não houver um ajuste fiscal significativo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, alertaram que a situação das contas públicas pode se tornar crítica a partir de 2027 sem contenção de gastos. Esse cenário é semelhante ao observado entre 2013 e 2014, quando a expansão foi sustentada por estímulos e desequilíbrios estruturais.
Riscos e Desafios
Dados do Banco Central indicam que o agregado monetário M4, que mede a liquidez na economia, alcançou R$ 14 trilhões em julho. A maior parte desse montante está aplicada em instrumentos de curto prazo atrelados ao CDI. Essa situação, embora demonstre a profundidade do mercado financeiro, também representa um risco. Movimentos de realocação de portfólio podem gerar pressões significativas sobre o câmbio. Por exemplo, uma transferência de apenas 10% desses depósitos para o exterior poderia desestabilizar a taxa de câmbio.
A recente valorização do real não reflete diretamente uma melhora nos fundamentos fiscais internos, mas é influenciada por fatores externos, como a redução de riscos nos Estados Unidos. A consolidação da dívida em níveis próximos a 100% do PIB sem espaço para choques externos preocupa investidores e pode comprometer o crescimento no médio prazo.
Perspectivas Futuras
A eleição presidencial de 2026 será crucial para definir o futuro fiscal do Brasil. O pleito não apenas escolherá novos líderes, mas também determinará se o país adotará políticas de austeridade para restabelecer a previsibilidade das contas públicas ou se continuará a trajetória de expansão de gastos sem contrapartida. O cenário atual exige atenção e decisões estratégicas para garantir a estabilidade econômica do país.