- A OpenAI e a Nvidia anunciaram um investimento de $100 bilhões, evidenciando a dependência dos Estados Unidos de fornecedores estrangeiros para componentes de infraestrutura de energia.
- O CEO da Exiger, Brandon Daniels, alerta que a construção de usinas de energia requer peças especializadas que não são produzidas em grande escala no país.
- Turbinas a gás e componentes nucleares são exemplos de equipamentos caros e majoritariamente importados, com cerca de 50% das turbinas sendo estrangeiras.
- Mais de 80% dos transformadores de alta tensão, essenciais para a distribuição de energia, também vêm de fora dos EUA.
- A escassez de mão de obra qualificada no setor de construção agrava a situação, exigindo um esforço significativo para expandir a força de trabalho.
A recente promessa de investimento de 100 bilhões de dólares da OpenAI e Nvidia expõe a dependência dos EUA de fornecedores estrangeiros para componentes críticos na construção de infraestrutura de energia. Segundo Brandon Daniels, CEO da Exiger, essa situação é alarmante, pois a construção de usinas de energia, sejam elas a gás ou nucleares, requer uma variedade de peças especializadas que não são produzidas em grande escala no país.
Daniels destaca quatro categorias principais de equipamentos que são caros e majoritariamente importados. A primeira são as turbinas a gás, onde o mercado global é dominado por três fabricantes: GE Vernova (EUA), Siemens (Alemanha) e Mitsubishi (Japão). Aproximadamente 50% das turbinas fornecidas são de origem estrangeira. A segunda categoria inclui componentes nucleares, como vasos de pressão de reatores, que não são mais fabricados nos EUA, sendo que a sul-coreana Doosan foi responsável pela fabricação dos vasos para a nova usina de Vogtle, na Geórgia.
Desafios da Cadeia de Suprimentos
Outro ponto crítico são os transformadores de alta tensão, essenciais para a distribuição de energia. Mais de 80% desses equipamentos são fabricados fora dos EUA, em países como Coreia do Sul, Alemanha e Canadá. Além disso, a indústria americana ainda depende de importações de aço para atender à demanda, o que é agravado por tarifas elevadas sobre produtos importados. Daniels observa que um aumento de 3% a 6% no orçamento de projetos de energia devido a tarifas pode resultar em centenas de milhões de dólares a mais em custos.
A escassez de mão de obra qualificada também é um fator preocupante. O setor de construção nos EUA enfrenta uma diminuição no número de trabalhadores qualificados, como soldadores e eletricistas. Daniels afirma que será necessário um esforço significativo para expandir a força de trabalho, comparável a um esforço de guerra, para atender à demanda crescente por infraestrutura de energia nos próximos anos.
Implicações Finais
Esses desafios não apenas complicam a construção de infraestrutura de energia, mas também revelam a fragilidade da cadeia de suprimentos dos EUA. A combinação de dependência de fornecedores estrangeiros, aumento de custos e falta de mão de obra qualificada torna a tarefa de desenvolver uma infraestrutura robusta para suportar a crescente demanda por energia, especialmente em um contexto de expansão da inteligência artificial, um desafio complexo e multifacetado.