- As eleições de 11 de novembro de 2023, no Iraque, reuniram mais de sete mil candidatos disputando 329 cadeiras, com 31 alianças, 38 partidos e 75 independentes.
- O novo parlamento deve ser convocado nas próximas semanas para eleger o presidente da Câmara, o presidente e o primeiro-ministro.
- A lista de Mohammed Shia al-Sudani teve a maior votação (46 cadeiras), mas não alcançou a maioria necessária para formar governo; o cenário permanece de barganha entre blocos.
- O Coordination Framework, aliança de partidos apoiada pelo Irã, informou ter o direito de indicar o próximo primeiro-ministro, enquanto Sudani enfrenta rupturas com membros importantes, como Nouri al-Maliki.
- Washington reiterou, por meio de seu enviado, que não permitirá interferência externa na formação do governo, enquanto o Irã acompanha de perto a evolução política.
A eleição parlamentar realizada em 11 de novembro de 2023, no Iraque, foi a sexta desde a promulgação da atual constituição. Mais de 7.000 candidatos disputaram 329 cadeiras, com 31 alianças, 38 partidos e 75 independentes buscando espaço no parlamento.
O pleito abriu espaço para negociações entre blocos, já que a composição final do governo costuma depender de acordos entre forças políticas. A expectativa é pela escolha do presidente do Parlamento, do presidente da República e do primeiro-ministro nas semanas seguintes.
Pelo lado das candidaturas, Mohammed Shia al-Sudani liderou a lista que obteve o maior número de votos, com 46 cadeiras, mas não garantiu maioria para formar o governo sozinho. O cenário permanece fragmentado.
Uma semana após a eleição, o Coordination Framework, alinhamento de partidos apoiados pelo Irã, afirmou ter formado a maior coalizão parlamentar e direito de indicar o próximo premiê. Sudani integra esse bloco, porém tem relações tensas com aliados, em especial Nouri al-Maliki.
Maliki é um caso central na equação, pois histórico de mandatos múltiplos e o Framework busca evitar que qualquer líder se sobressaia dentro da aliança. A incógnita é se Sudani permanece como candidato viável.
Ao longo do processo, surgem possibilidades de uma simples troca de cargos ou de mudanças mais profundas na composição do governo. Analistas apontam que, sem apoio claro, a próxima gestão pode repetir o perfil de governos anteriores.
Questões-chave envolvem combate à corrupção, impunidade e desigualdade, além de equilíbrio entre representantes tradicionais e movimentos reformistas. A atuação de milícias sancionadas no espectro político é tema de debate.
Do lado externo, o Irã acompanha de perto a formação do governo, buscando ampliar influência no Iraque e limitar a presença norte-americana. Os EUA destacaram autonomia do Iraque neste processo, alertando contra interferência externa.
Palavras do enviado americano Mark Savaya, dez dias após as eleições, reiteraram a defesa de processo soberano e impedir intromissões externas na formação do novo governo, sem indicar medidas de aplicação imediata.