- Londres possui quase 1 milhão de câmeras de segurança, sendo uma das cidades mais vigiadas do mundo.
- Estudos recentes indicam que a vigilância reduziu a criminalidade em até 37% em áreas específicas.
- A College of Policing aponta uma diminuição média de 13% nas taxas de criminalidade, com quedas de 20% em delitos relacionados a drogas e 14% em crimes contra o patrimônio.
- Especialistas alertam que a eficácia das câmeras é limitada em crimes violentos e destacam preocupações sobre privacidade e viés racial.
- O modelo de vigilância de Londres é replicado em outras cidades, como São Paulo, mas a eficácia em crimes violentos continua sendo debatida.
Londres, uma das cidades mais vigiadas do mundo, conta com quase 1 milhão de câmeras de segurança, resultado de um sistema iniciado na década de 1960. Recentes estudos indicam que essa vigilância contribuiu para a redução de até 37% na criminalidade em áreas específicas, embora a eficácia em crimes violentos permaneça limitada.
Pesquisas da College of Policing revelam que a instalação de câmeras levou a uma diminuição média de 13% nas taxas de criminalidade. Em locais como estacionamentos, essa redução pode chegar a 37%. Os crimes mais impactados incluem delitos relacionados a drogas e crimes contra o patrimônio, com quedas de 20% e 14%, respectivamente. Sistemas com monitoramento ativo, onde operadores acompanham as imagens em tempo real, mostraram uma queda adicional de 15%.
Desafios e Limitações
Apesar dos resultados positivos, especialistas alertam para a necessidade de um policiamento estratégico e a integração de outras políticas de segurança. O criminologista Brandon Welsh destaca que, embora as câmeras aumentem o risco percebido de flagrante, elas não substituem a prevenção social e o policiamento inteligente. Além disso, a eficácia das câmeras é questionada em relação a crimes violentos, que muitas vezes ocorrem em ambientes privados, fora do alcance das câmeras.
A discussão sobre privacidade e viés racial também é central. O professor Humberto Barrionuevo Fabretti ressalta que as câmeras lidam com dados biométricos, levantando preocupações sobre discriminação. A transparência na operação dos sistemas é fundamental para garantir a confiança da população.
Impacto Global
O modelo de vigilância de Londres tem sido replicado em diversas cidades ao redor do mundo, incluindo São Paulo, que investe em sua rede de câmeras. Embora os dados mostrem uma redução em crimes não violentos, a eficácia em crimes violentos continua a ser um tema de debate. O escritório do Surveillance Camera Commissioner do Reino Unido admite que há poucas evidências de que esses sistemas ajudem a dissuadir o crime, mas reconhece a importância das imagens na investigação de delitos.
A análise dos dados sobre vigilância deve ser feita com cautela, considerando que as câmeras tendem a capturar mais crimes contra a propriedade do que crimes violentos. A complexidade do comportamento criminoso exige uma abordagem multifacetada, que vá além da simples instalação de câmeras.