- O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán disse ter conseguido uma isenção indefinida de sanções sobre petróleo e gás russos após reunião com Donald Trump, em visita à Casa Branca.
- O governo americano contestou a afirmação, dizendo que a isenção é de apenas um ano e não houve formalização do acordo, que permanece verbal.
- O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que a extensão das sanções é temporária; fontes do Departamento de Estado confirmaram ausência de codificação oficial.
- O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Péter Szijjártó, criticou as notícias como fake news e manteve que a isenção vale enquanto Orbán e Trump ocuparem seus cargos.
- Analistas veem a disputa como tática política em meio a pressão sobre Orbán; o premiê mencionou ainda um possível escudo financeiro de até 20 bilhões de dólares caso fundos da União Europeia sejam cortados, além de negociações sobre LNG americano e suprimentos militares, sem acordo formal.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciou ter conseguido uma isenção indefinida de sanções sobre petróleo e gás da Rússia durante um encontro com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump. A declaração, feita após a visita à Casa Branca, visa mitigar os impactos das altas de energia na Hungria, especialmente com as eleições parlamentares se aproximando. No entanto, o governo americano rapidamente contestou essa afirmação, alegando que a isenção é, na verdade, de apenas um ano e não foi formalizada.
A incerteza sobre os termos do acordo gera ceticismo entre analistas políticos e opositores. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que a extensão das sanções é temporária, e fontes do Departamento de Estado confirmaram que não houve qualquer codificação oficial do acordo. Péter Szijjártó, ministro das Relações Exteriores da Hungria, defendeu a posição de Orbán, chamando as notícias de “fake news” e reiterando que a isenção é válida enquanto Orbán e Trump estiverem em seus respectivos cargos.
Implicações Políticas
A disputa sobre a natureza do acordo ocorre em um contexto de crescente pressão sobre Orbán, que enfrenta uma oposição unida em um cenário eleitoral desafiador. O analista político Botond Feledy destacou que a narrativa de vitória pode ser uma estratégia para manter a popularidade do governo, especialmente em um momento em que a oposição questiona a dependência da Hungria em relação à energia russa.
Além disso, Orbán mencionou um possível “escudo financeiro” de até 20 bilhões de dólares caso os fundos da União Europeia sejam cortados. O compromisso de compra de gás liquefeito dos EUA e a aquisição de suprimentos militares também foram parte das negociações, mas a falta de um acordo formal deixa dúvidas sobre a viabilidade dessas promessas.
A situação ilustra a complexidade das relações entre a Hungria, os EUA e a Rússia, especialmente em um cenário onde Orbán busca consolidar seu poder enquanto lida com a crescente insatisfação interna. A ambiguidade do acordo pode ser vista como uma tática política, mas também levanta questões sobre a real capacidade de Orbán de navegar em um ambiente internacional cada vez mais hostil.