O Exército deteve, nesta terça-feira (25/11), os generais da reserva Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, ambos já sentenciados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por integrarem o chamado núcleo 1 da tentativa de ruptura institucional. Segundo informou o Centro de Comunicação Social do Exército, os dois foram conduzidos ao Quartel-General do Comando Militar do Planalto, […]
O Exército deteve, nesta terça-feira (25/11), os generais da reserva Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, ambos já sentenciados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por integrarem o chamado núcleo 1 da tentativa de ruptura institucional.
Segundo informou o Centro de Comunicação Social do Exército, os dois foram conduzidos ao Quartel-General do Comando Militar do Planalto, em Brasília, onde permanecerão sob responsabilidade das forças militares. A operação contou com a presença de generais de mais alta patente, o que, na avaliação de interlocutores, demonstra o esforço da instituição em cumprir a ordem judicial com o máximo de rigor formal.
Os mandados foram cumpridos horas depois de o ministro Alexandre de Moraes declarar o trânsito em julgado das condenações de Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem e Anderson Torres — etapa que encerra definitivamente os processos e autoriza o início da execução das penas aplicadas.
Condenações do núcleo central da ofensiva golpista
Augusto Heleno, que comandou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro, teve sua pena fixada pela Primeira Turma do STF em setembro. A Corte determinou 21 anos de prisão em regime fechado, além de 84 dias-multa, calculados com base no valor do salário mínimo vigente à época dos fatos.
Já Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, recebeu pena de 19 anos de reclusão, também em regime inicial fechado, com o mesmo número de dias-multa. Os dois faziam parte da cúpula político-militar que, conforme entendimento do STF, forneceu suporte institucional e operacional ao plano de ruptura democrática.
As sentenças se somam a mais de uma centena de condenações relacionadas ao episódio, que envolvem desde militares de alta patente até assessores diretos da Presidência e articuladores do esquema — um conjunto de decisões que, ao longo dos últimos dois anos, redesenhou a relação das Forças Armadas com o poder civil.
Defesa diz não ter notícias de Almir Garnier
O advogado Demóstenes Torres, que representa o almirante Almir Garnier — ex-comandante da Marinha e igualmente condenado — afirmou ao O TEMPO que ainda não conseguiu contato com seu cliente. Segundo ele, essa falta de comunicação pode indicar que Garnier também tenha sido detido, embora ressalte que, até o momento, isso não passa de “hipótese”.
A situação do almirante passou a ser acompanhada por parlamentares e membros da defesa desde a madrugada, diante do avanço do cumprimento das penas impostas aos militares envolvidos.